O deputado Tito Torres participou de audiência pública nesta terça-feira (17) que discutiu o estado precário em que se encontra o rio Fanado, que tem cerca de 120 km de extensão e passa pelos municípios de Angelândia, Capelinha, Turmalina e Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha. Ambientalistas, prefeitos e vereadores da região denunciam que o rio está secando e pode ser extinto em poucos anos. “Estive recentemente em Minas Novas durante a festa de Nossa Senhora do Rosário e participei da retirada da imagem da Santa das águas do Fanado e pude ver como o rio está em situação crítica”, comentou Tito Torres.
O presidente do Movimento SOS Fanado, Daniel Costa Souza, explicou que a situação é grave e pede providências urgentes. Ele defendeu que o Estado realize ações para recuperação e proteção de nascentes, de educação ambiental, tratamento adequado de esgoto despejado na bacia hidrográfica do Fanado, assim como de fiscalização das outorgas de água.
“Uma medida que pode ser tomada é o cercamento das nascentes, como o Daniel colocou. A gente precisa unir o poder público e o privado e colocar essa ação em execução urgente. O governo do Estado junto com as empresas que são as responsáveis pela maior parte da retirada de águas do rio devem contribuir para que as nascentes sejam recuperadas fazendo o cercamento, a retirada do gado do entorno e o reflorestamento da mata ciliar”, disse Tito Torres.
Copasa
O diretor de Operações Norte da Copasa, Gilson de Carvalho Queiroz Filho, entende que o problema deve ser resolvido por diversos atores, entre eles a concessionária de água e esgoto. Ele destacou que a mudança climática mundial levou a uma significativa queda nos volumes de chuva nos últimos três anos. “A água é usada para beber e também para a agricultura. Por isso, temos que encontrar um equilíbrio no uso. A monocultura de eucalipto, por exemplo, deve ser mais bem regulada pelo Estado”, salientou.
O representante da Copasa lembrou programas estaduais como o Cultivando Água Boa, o Pro-Manaciais e o Plantando o Futuro, como ações de recuperação de bacias hidrográficas e nascentes. Ele reconheceu que a Copasa e sua subsidiária Copanor têm um passivo no que se refere ao recolhimento de esgoto. Mas, segundo ele, hoje existem mais recursos para o incremento de iniciativas e investimentos ambientais. “Podemos e queremos trabalhar nas diversas regiões do Estado, inclusive na bacia do Rio Fanado”, garantiu.
Grupo técnico
Após os debates, os parlamentares sugeriram ações e medidas de gestão das águas no Vale do Jequitinhonha e na bacia do Rio Fanado. Foi sugerida a formação de um grupo técnico para avaliar o que é necessário fazer para salvar o Rio Fanado com a elaboração de um diagnóstico, programas de execução e intervenção da crise hídrica.